E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sábado, 9 de junho de 2012

A Chave de um Coração - Capítulo 3



Capítulo 3

− Vamos Carol!- Débora chamou, pegando seu bilhete.
Ikimasho! Nihon, aí vamos nós!
As duas abraçaram os pais e os dois amigos e, com votos de boa viagem e bom show, entraram no corredor que levava ao embarque.
Carol e Débora estavam empolgadíssimas! O Matsujun – sim, o próprio, Matsumoto Jun – enviara pelo correio junto com a última carta dois ingressos para o show no Kokuritsu. Quando viram os ingressos, as duas não acreditaram. Apesar da viagem já ter sido acertada há tanto tempo, de forma alguma elas conseguiram as entradas, nem pelo Jticket International. Mas Jun, que por incrível que pareça ficou super amigo de Carol, as providenciou.
Durante aqueles anos Caroline comprara os CDs que o Arashi lançou desde 2011, os DVDs, os goods dos shows, revistas e, quando enviou uma foto sua, ela estava sentada na cama rodeada de coisas, não tinha mais somente um CD. Débora também saiu nessa foto, que Marcela havia tirado.
Quando as duas finalmente entraram no avião, elas somente se acomodaram em seus lugares sabendo que uma longa viagem começava.

***

Matsumoto Jun combinara de ir buscar as garotas no aeroporto.
Yui não gostava da relação que ele tinha com Caroline, mas já não brigava mais por causa disso. Contudo, quando ficou sabendo, no dia anterior, que ela vinha para o Nihon com uma amiga e que era Jun quem as encontraria no aeroporto... pior, Jun arranjara ingressos para o show no Kokuritsu que esgotara três meses antes! Então Yui brigou novamente.
− Matsumoto Jun, que história é essa de dar ingressinho de show pra essazinha? E por que o senhor não me contou?
− Calma amor! – disse Jun, querendo acalmar a namorada – A Karorine é apenas uma fã. Eu não contei porque não achei que precisasse ou que fosse importante. 
− Sei.... – Yui não acreditou muito e demonstrou isso, se afastando e olhando-o com um olhar fuzilante – apenas uma fã burajirujin com quem você troca cartas há mais de três anos!! Que chega amanhã e que você combinou de pegar no aeroporto! E nem me contou!!!
− Yui, você sabe muito bem que eu e a Karorine...
− ... somos apenas amigos. Você já me disse um milhão de vezes que a única relação que vocês mantêm é de artista e fã.
− Então... – e Jun puxou Yui para perto de si e a beijou.
Os dois estavam no apartamento dela, que era vizinho do de Jun. Naquele dia eles tinham saído para jantar e agora estavam no sofá da sala de Yui “vendo” um filme. Na verdade, a TV estava apenas ligada.
Eles namoravam há pouco mais de um ano. Uemura Yui tinha 26 anos e se mudara para o mesmo prédio de Jun quando fora morar sozinha. Os pais dela não queriam, mas como Yui já concluira a pós-graduação, ela queria poder cuidar da sua própria casa e com isso se sentir ainda mais independente.
O namoro começou às escondidas, pois Jun não queria problemas com Johnny Kitagawa nem envolver Yui em confusão. Mas contou por carta à Caroline, a única a saber em primeira instância. Depois contou também aos outros membros do Arashi.
Um mês depois de a relação ter começado, eles oficializaram. Jun pediu permissão para os pais dela e a apresentou para os seus. Mais importante: conseguira o consentimento do Big Boss.
Contudo, quando no mês seguinte Jun recebeu uma carta escrita em japonês, mas de uma fã burajirujin, Yui não gostou nenhum pouco. Por que raios ele não dissera para ela que se comunicava com uma fã??
− Quem é ela, Matsumoto!?

***

Carol e Débora desceram do avião às 6h55 do dia 20 de outubro, horário do Japão. Era cedo de manhã, mas as duas estavam despertas e empolgadíssimas.
Jun dissera que ia buscá-las no aeroporto, mesmo sendo cedo.  Carol estava tão ansiosa! E se não fosse o Jun? E se ela tivesse sido enganada? E se os ingressos fossem falsos? E se...? Muitas dúvidas surgiam na cabeça dela a todo instante.
− Uhm... Karoru-chan? Débora-san? – um homem bem na saída do desembarque chamou por elas. Uma bela mulher estava ao seu lado, e deu um cutucão em seu braço quando ele gritou para as duas garotas e olhou para ele de cara feia.
Cristo! É o Matsujun! Aquela deve ser Yui-san, a namorada do Matsujun. Ela é bem bonita... Carol não aguentou olhar mais que cinco segundos para ela e logo desviou os olhos.  Yui era alta, talvez da altura do próprio Matsumoto. Tinha os cabelos brilhantes de tão pretos, e longos, davam na sua cintura. Sua pele era clarinha e seus olhos eram miúdos, porém graciosos. Ora, Caroline, o que você pensava? Claro que é uma bela mulher! Você achava que logo ele ia gostar de uma baranga?? Obviamente o Jun a ama!

***

Carta de Matsumoto, junho de 2013

Karoru-chan! Estou namorando! Bom, ainda não é oficial, mas queremos que seja. O nome dela é Yui e é linda! Que bom, né, Karoru-chan? Estou feliz! Torça por mim^^

***

Nossa, Jun era muito mais lindo pessoalmente! Via-se que ele queria ir até elas, mas a mulher o segurava discretamente.
Débora estava petrificada atrás dela. Aquele era mesmo o Matsumoto Jun que ela vira tantas vezes em fotos? Ela não estava sonhando? Ah, Carol, ainda bem que te conheci e ficamos melhores amigas! Sem você, eu nunca poderia estar vendo isto! Lembra? Eu disse que você era louca por mandar aquela primeira carta?
Mas, por mais feliz que ela estivesse, achara que o Nino e os outros estariam ali também.
− Vamos, Dé! – Carol a puxou com uma mão enquanto com a outra arrastava a enorme mala de rodinhas.
Dona Marta, quando a filha começou a arrumar a imensa mala que pedira emprestada para Marcela, uma semana antes da viagem, perguntou o porquê de uma mala tão grande. Ao que a filha respondeu:
− Mamãe, uma mulher prevenida vale por duas, sabia?
A mãe riu, deixou Carol no quarto em meio a pilhas e mais pilhas de roupas e voltou para sua novela.
Matsumoto Jun se desvencilhou da mão de Yui e caminhou até as garotas que estavam indo ao seu encontro. Yui correu atrás dele e trombou em suas costas quando ele parou bruscamente. Apesar dele e Carol estarem um pouco íntimos nas cartas, ambos ficaram sem saber como agir. Pessoalmente tudo ficava mais difícil.
Jun ficou estático porque olhou para ela e viu logo de cara o coração. O pingente em seu pescoço, com um vazado no formato de chave que fez com que ele lembrasse na hora do pingente que viera junto com a primeira carta.  Será que ele se encaixava ali? Ele chegou a perguntar sobre a chave, mas ela foi bem vaga ao respondê-lo, então ele olhou por um longo tempo para o objeto e guardou na gaveta da cômoda do quarto. Esqueceu-se do pingente e não falou mais sobre isso com ela. Não contara a ninguém, nem mesmo para Yui.

***

Carta de Caroline, maio de 2011

Ah, a chave! Ela é um pingente de colar. Não significa nada demais, só acho bonita. Nem sei por que lhe mandei... devia ter lhe mandado coisa melhor né, hihi.

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